O Fold6 da Joranalogue integra uma classe de produtos a que se chamam “wavefolders”.
E o que significa um “wave-folder”?
Se formos pela tradução à letra, um wavefolder um “dobrador de ondas”, e essa descrição não anda muito longe da verdade.
Basicamente, um wavefolder (vamos usar a expressão em inglês por questão de clareza) é um elemento que distorce uma onda através da multiplicação de frequências e fases da onda original.
Por outras palavras, introduza uma onda sinusoidal – ou qualquer outra onda/função com periodicidade igualmente simples – no Fold6, e à saída terá versões mais complexas dessa mesma onda.
Os wavefolders são uma parte clássica de qualquer sistema modular, pois hoje em dia é muito simples criar ondas extremamente complexas partindo de diferentes tipos de tecnologia (analógica, wavetable digital, sampling, FM, etc.).
Mas nem sempre foi assim. E é por isso que os wavefolders sempre tiveram lugar em sistemas modulares: eram excelentes formas de transformar rapidamente uma ou duas ondas simples numa fonte de modulação complexa.
Nesse aspecto, o Fold6 não desaponta.

Tem três comandos físicos:
- Fold (amplitude de “folding” ou distorção de fase infligida ao sinal original: por outras palavras, com mais Fold, temos mais estádios de wavefolding misturados com a onda, o que na prática funciona quase como um comando Dry/Wet)
- Shape: a secção de wavefolding do comando Fold entra então na parte de Shape, que é um circuito de distorção harmónica que pode utilizar para obter resultados mais dramáticos, transformando (por exemplo) uma onda sinusoidal à entrada num grupo de ondas pulsadas (quadradas/square).
- Symmetry: este potenciómetro adiciona +/-5V ao sinal que está à entrada. Pode servir para “subir ou descer” a onda completa. Utilize-o se quiser fazer distorcer o sinal mais nas alternâncias positivas ou nas partes negativas. Este comando também pode ser utilizado para introduzir um valor de termo independente (offset) ao sinal de entrada, podendo assim recentrá-lo à volta do 0 no caso de ele já trazer um offset do módulo de onde veio.
Em termos de entradas, os mais curiosos já terão reparado que existem dois jacks de “Input”.
Isso significa que pode logo misturar duas ondas ou sinais à entrada, e o Fold6 poupa-lhe esse estádio de mistura e consegue logo uma onda mais complexa nesse ponto.
Mas uma vez que estas entradas também aceitam sinais DC e não apenas de áudio (AC), pode utilizar uma das entradas para introduzir a sua onda, e utilizar sinais DC não variáveis na outra para controlar o volume ou fade–ins/outs da onda original (um exemplo entre muitos).
De especial nota são as duas saídas: Main e Alt(ernate).
Não são cópias uma da outra.
A saída Main leva consigo o sinal que passou pelos estádios de Folding e de distorção do comando Shape.
A saída Alt passa as ondas originais por um circuito diferente (mais parecido com o que se encontra nos sistemas mais antigos) em que o wavefolding é conseguido através da soma de diferentes wavefoldings em paralelo de diferentes estádios.
Na prática, como as relações de fases são mais complexas e quase caóticas nesta parte do circuito, isto equivale quase a um efeito de comb filtering, onde o resultado costuma ser uma onda mais suave e sem ataques muito pronunciados.