O ART USB Dual Tube Pre trata-se dum duplo pré-amplificador a válvulas com alguns extras interessantes.
Cada canal deste pré-amplificador (que funciona com sinais de microfone, linha ou instrumento) possui regulação de ganho à entrada e à saída, o que pode servir para efeitos criativos (como por exemplo, para saturar o nível de entrada da válvula para conseguir alguma distorção agradável), mas também para efeitos correctivos (evitando, por exemplo, que uma fonte com sinal muito forte provoque um overload à entrada da placa de som).

Canal canal possui também um selector de ganho (que amplifica o sinal de entrada em +20 dB), um filtro passa-alto, um inversor de fase, alimentação de Phantom Power para microfones de condensador, e ainda um circuito compressor óptico com curva de compressão pré-definida.

Para além de tudo isto, o ART USD Dual Tube Pre pode funcionar em modo de dual mono ou estéreo, e possui interface USB e saída digital S/PDIF (se já tiver uma placa de som com entrada S/PDIF, basta utilizar esta ligação directa).

As saídas S/PDIF e USB são complementadas com um par de saídas balanceadas em formato Jack (6,3mm), e o pré-amplificador também possui duas tomadas de Insert, cuja única função é retirar o sinal directamente à saída do pré-amplificador, evitando assim que passe pelo resto do circuito. Ou seja, se você gostar muito do timbre deste pré-amplificador (e avisamos desde já que não é nada mau!), pode tirar duas saídas directas pelos Inserts e ligá-las a qualquer conversor ou mesa de mistura.

A ART diz-nos que a tomada USB deste pré-amplificador faz com que ele também possa ser utilizado como interface áudio/placa de som, enviando sinal para o computador e recebendo-o de volta, sendo então enviado para colunas através das saídas balanceadas ou para um par de auscultadores (possui uma saída para auscultadores na parte frontal).
Na prática, isto não é bem assim. O ganho dos auscultadores é controlado em paralelo com o ganho das saídas balanceadas traseiras. De maneira que o potenciómetro de Master, na parte frontal do aparelho, controla tanto o volume que vai para os auscultadores, como o volume que vai para as colunas.
Isto não é prático. Nós preferíamos que a ART tivesse optado por colocar um controlo separado para cada par de saídas (como a Presonus fez com a Audiobox), ou então que se tivesse abstido de introduzir este circuito em primeiro lugar, dado que este produto não vai ser a primeira escolha de ninguém para uma placa de som.

Portanto, o nosso conselho é que este pré-amplificador seja utilizado naquilo em que é bom: tem uma sonoridade decente e muito transparente, ou muito “suja” dependendo da quantidade de saturação que se introduzir no estádio de entrada; o circuito compressor é rápido e acrescenta-lhe uma dinâmica muito interessante (na prática, talvez funcione melhor em vozes, guitarras/baixos e sintetizadores, e não tanto em instrumentos acústicos mais delicados); e a vantagem de ter saídas digitais em formato USB e S/PDIF acrescenta-lhe versatilidade.

Em termos de utilização como placa de som, o nosso conselho é esquecer isso. Pode “desenrascar” de vez em quando (perdoem-nos a expressão, mas é a mais correcta), mas não vai substituir a sua placa de som.